domingo, 22 de janeiro de 2012

Minha chegada em Viena: fui salvo pelas mãos de Maria!!!


Olá, amigos que gostam de acompanhar esse blog! Conforme havia prometido, irei escrever agora sobre a minha chega em Viena e explicar, com detalhes, tudo que vivi naquele dia 1º de Janeiro de 2012. Preparem-se, porque esse é o post mais importante de toda a minha viagem, até agora! Obs.: Ele é muito grande e sei que apenas os grandes e verdadeiros amigos, as pessoas que me amam, serão capazes de lê-lo até o fim. Para vocês que farão isso, vocês vão viver do melhor da minha viagem!!!

Bem, antes de eu vir pra Viena, quando ainda estava em Natal, comecei a estabelecer contato com minha host. Me apresentei a ela, expliquei direitinho dia e horário que eu chegaria em Viena (na verdade já havia enviado essas informações 2 meses antes do início do meu estágio) e perguntei como eu fazia para chegar na casa dela. De cerca de 5 e-mails que enviei, tive apenas 2 respostas. Uma primeira me dando boas vindas e dizendo que gostaria muito de me conhecer pessoalmente. O segundo, foi um e-mail que recebi logo que cheguei aqui na Europa (ainda estava em Lisboa) avisando que ela não estaria aqui em Viena no dia que eu iria chegar e me perguntando como fazer para entregar as chaves do meu apartamento. Respondi o e-mail dela dizendo que ela poderia deixar as chaves com alguém e me passar os contatos da pessoa, que eu pegaria as chaves com ela sem problema. Depois desse e-mail, não obtive mais resposta alguma dela, apesar de ter enviado mais uns 3.

Dessa forma, quando cheguei em Viena eu não sabia ainda como teria as chaves do meu apartamento. Na verdade, nem ela nem minha contact person, nunca haviam me enviado um e-mail, sequer explicando como chegar ao meu apartamento (pegue um trem até Wien Mitte, de lá pegue a linha U4 do metrô até Ober St. Vett e de lá siga por tal rua até Hitzinger HaupstraBe, pegue a direita, ande mais uns 50 metros e você estará em casa. Custava fazer isso? Por certo sim, porque elas não fizeram.

Então, quando eu cheguei no aeroporto de Viena, sem saber como chegar na minha casa, tendo apenas o endereço, comecei a fazer várias ligações para minha host e minha contac person, mas nenhuma das duas me atenderam (fiz as ligações do meu Skype pelo iPod, pois no aeroporto tinha internet de graça). Liguei até pra NORE da Áustria pra pedir ajuda, mas o contato que estava no Database era da antiga NORE e ela disse que nada poderia fazer para me ajudar. Então, enviei um e-mail pra minha contac person dizendo que já estava em Viena, mas que não sabia como pegar as chaves do meu apartamento.

Decidi não ficar esperando pela resposta e tentar chegar ao meu apartamento e lá perto procurar um café, ou algum outro lugar que tivesse internet pra ficar tentando o contato com minha host ou minha contact person, até resolver a situação. Então, segui para o posto de informações turísticas do aeroporto de Viena, mas, pra minha surpresa, encontrei um aviso na frente dizendo que não iriam abrir no dia 1º de janeiro. Então, como não tinha como pegar mapas da cidade nem do metrô, decidi procurar meu apartamento apenas perguntando às pessoas.

Em um dos e-mails que minha contact person havia me enviado, ela explicava como sair do aeroporto para a estação Wien Mitte (no centro de Viena). Então, fiz exatamente isso. Quando cheguei lá, tentei buscar algum lugar que tivesse internet para tentar comunicação com uma das duas, mas estava absolutamente tudo fechado... Como era dia 1º de janeiro todas as lojas, cafés, bares, shoppings, supermercados... Absolutamente tudo estava fechado. De longe, vi um Starbucks Coffee e decidi tentar acessar a internet deles. O café estava fechado, mas tive sorte de apenas na frente conseguir o acesso á internet dele. Porém, o máximo que consegui foi ler a resposta do e-mail que havia enviado à minha contact person, quando eu tava no aeroporto, no qual ela dizia apenas que havia falado com a minha host e que o marido dela me daria as chaves do meu apartamento às 18h, na frente do apartamento... Além disso, apenas o telefone do marido da minha host. Pra meu asar, e que asar, meu iPod descarregou e, dessa forma, adeus internet!

Perguntando a um e a outro, consegui chegar ao meu apartamento. Como era num bairro extremamente residencial, as pessoas não sabiam dizer direito onde era especificamente o meu apartamento, apenas a rua. Dessa forma, me fizeram descer 2 estações antes da que eu deveria... De forma que depois tive que pegar um ônibus e ainda andar mais uns 20 minutos. Um agravante de tudo isso, era que eu estava com meu mochilão e mais um mochila pequena, onde os dois juntos somavam uns 16 kg, e estava fazendo 3º C em Viena e ainda mais chuviscava! Obs.: Pra quem acha que saber apenas o nome da rua já era grande coisa pra chegar ao apartamento, gostaria de dizer (para os que conhecem Natal) que a rua era tão longa quanto a Jaguarari e que o número do meu apartamento era o 142ª e me fizeram descer na Prudente, ali onde começa o prolongamento. Ali onde fica o Green Viellage, era a casa número 1... O meu apartamento (142ª) seria mais ou menos na altura do Hospital da Hapivida e meu ônibus foi apenas até a Bernardo Vieira (tudo isso é uma analogia para que vocês entendam melhor meu trajeto todo).

Bem, depois de tudo isso, cheguei ao meu apartamento. Era por volta das 14h30 e eu teria que esperar até as 18h (supostamente), na rua, num frio de 3º C e chuviscando. Não, não tinha guarita... Os prédios aqui não são como aí em Natal. A porta de entrada deles já dá pra rua... Eu no máximo teria que me abrigar num recuo de parede. “Ednor, seu burro, porque você não procurou um supermercado pra ficar, um café, um shopping???”. Sim, eu procurei tudo isso, rua a cima rua a baixo. Perguntando a um e a outro, mesmo todos me desiludindo dizendo que estava tudo fechado. Mesmo assim eu não acreditava e continuava a procurar um lugar pra me abrigar até as 18h. Alguém ainda poderia dizer: “Jumento, porque você não foi ficar, pelo menos, na estação de metrô? Vocês estão esquecidos do que eu contei que andei para vir da estação até o apartamento? Vocês realmente acham que eu tinha condição de fazer esse trajeto mais 2 vezes (ir e voltar) com 16 kg nas costas + 3º C + chuva + o cansaço de 10 dias de viagens??? Não, eu não tinha... Se isso é ser fraco, eu fui fraco, pois não tinha forças pra isso!

Foi aí que achei um Hotel aqui perto. Entrei e supliquei à recepcionista para ficar na recepção do Hotel apenas para me proteger do frio... Foi aí que ela me respondeu que eu poderia ficar apenas se pagasse 95 euros!!! Acreditem: 95 euros pra ficar só na recepção!!! 190 euros se eu quisesse me hospedar!!! Botei meu rabo entre as pernas e saí do hotel! Cortina o nome dele! Quem for meu amigo, não se hospede nunca!

Então, fiquei na rua, na frente do apartamento, de baixo de chuva e no frio de 3º C até a hora que não aguentei mais o frio. Foi aí que saí andando e vi uma senhora (de uns quarenta e poucos anos) descendo do carro pra entrar num banco. Eu não aguentei e implorei a ajuda dela! Olhei pra ela com os olhos cheios de lágrimas e pedi que me ajudasse (em inglês claro, porque este que vos escreve não sabia uma palavra em alemão – agora sei umas poucas). Ela, supreendentemente, parou e me ouviu. Vendo minhas lágrimas e a forma como falei, acreditou em mim. Abriu o carro dela, me botou dentro e ligou o aquecedor para amenizar o frio que eu tava sentindo.

Depois disso, me explicou que tinha que ir na casa de uma pessoa e perguntou se queria ir com ela pra não ficar no frio e me prometeu trazer de volta às 18h. Não pensei nenhuma vez e fui com ela, mesmo inseguro! Não desci na casa da pessoa... Esperei por ela no carro. Quando ela voltou, me pediu o telefone do marido da minha host e eu dei pra ela. Ela ligou pra ele e o infeliz disse que iria se atrasar e que só chegaria às 19h30, pois estava num trem voltando de uma cidade vizinha. Então, ela me disse que iria ligar pro marido dela pra explicar o que tava acontecendo, pois não tinha como me levar pra casa dela sem explicar nada a ele antes. Ela ligou pra ele, falou com ele, sem que eu entendesse uma palavra, e depois me levou pra casa dela. Chegando lá, o filho dela me emprestou o computador dele, momento em que consegui falar com meu irmão no Brasil e dar notícias a ele dizendo que eu estava bem. Além disso, ela me trouxe água e comida e me deu de comer e de beber!!!

Quando deu 19h30, ela me chamou, me botou dentro do carro dela e me trouxe de volta pro meu apartamento. Aqui na frente, ela ligou pro marido da minha host, que saiu e me deu minhas chaves. Depois disso, eu me despedi dela rapidamente. Falei do quanto ela havia sido importante pra mim e que quando eu chegasse ao Brasil falaria sobre ela à minha mãe. Disse a ela que ela havia salvado minha vida e que eu não tinha palavras para agradecê-la.

O mais absurdo de tudo, foi que não perguntei nome dela em momento algum. Ela sabe meu nome, sabe que sou brasileiro, natalense, que vim estudar Medicina aqui por um mês, mas eu não sei nada dela. Não lembro onde fica a casa dela, não sei voltar lá... Não sei nome dela, do filho, do marido!!!

Dias depois fiquei recordando tudo isso novamente... Fiquei lembrando de quantas vezes levei algumas de minhas amigas (em especial duas delas) para serem Maria em minhas palestras. Ninguém que assistiu às palestra nunca soube o nome delas! Naquele momento, elas foram Maria (a mãe de Jesus) na vida daquelas pessoas. Quantas vezes agradeci a Léo (que toca e canta pra mim) pelo nome dele e nunca agradeci a nenhuma delas pelo nome delas (sempre digo: obrigado à minha Maria de hoje). Pois bem, Deus também quis que eu não soubesse o nome dessa mulher nem nada dela, para que ela fosse a Maria na minha vida naquele dia aqui em Viena. Eu já pensei em tudo que poderia fazer para acha-la novamente, mas não fui capaz de encontrar nenhuma forma! Então, todas as noites, eu agradeço a Deus por ter me enviado Maria, naquele dia, para interceder por mim e me salvar... Eu agradeço a Deus por Ele ser tão perfeito, de forma que mesmo tão distante da minha mãe terrena, ela ter materializado uma mãe pra mim aqui em Viena, através de Maria, que fez por mim exatamente o que minha mãe faria: me aqueceria, me daria água e comida!!!

Eu nunca vou esquecer disso!!! Nunca!!! E enquanto eu viver irei contar às pessoas mais esse milagres que Deus fez na minha vida através de sua mãe, Maria!

“Obrigado mãe, por me amar e estar sempre comigo, mesmo eu me esquecendo de ti tantas vezes, mesmo eu pecando tanto contra ti. Mesmo assim, estás sempre comigo! Obrigado por ser minha mãe e minha fiel intercessora!”

2 comentários:

  1. Coisa mais linda esse meu amigo. Não tenho dúvidas que Maria tem passado na frente na sua vida e tem estendido o Seu manto sagrado para lhe proteger. Meu amigo, nunca havia entrado no seu blog, e não por acaso, e você sabe disso, hoje eu vim aqui e li todo o texto. Que Deus lhe abençoe e que Maria, nossa Mãe e Senhora, continue a passar na frente na sua vida. Beijo

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  2. Há meu filho, são tantas graças que recebos pela intercessão de Maria que temos que agradecê-La todos os dias de nossa vida. Obrigada Mãe querida!

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