Olá, amigos que gostam de acompanhar esse blog! Conforme
havia prometido, irei escrever agora sobre a minha chega em Viena e explicar,
com detalhes, tudo que vivi naquele dia 1º de Janeiro de 2012. Preparem-se,
porque esse é o post mais importante de toda a minha viagem, até agora! Obs.: Ele é muito grande e sei que apenas
os grandes e verdadeiros amigos, as pessoas que me amam, serão capazes de lê-lo
até o fim. Para vocês que farão isso, vocês vão viver do melhor da minha
viagem!!!
Bem, antes de eu vir pra Viena, quando ainda estava em
Natal, comecei a estabelecer contato com minha host. Me apresentei a ela, expliquei
direitinho dia e horário que eu chegaria em Viena (na verdade já havia enviado
essas informações 2 meses antes do início do meu estágio) e perguntei como eu
fazia para chegar na casa dela. De cerca de 5 e-mails que enviei, tive apenas 2
respostas. Uma primeira me dando boas vindas e dizendo que gostaria muito de me
conhecer pessoalmente. O segundo, foi um e-mail que recebi logo que cheguei
aqui na Europa (ainda estava em Lisboa) avisando que ela não estaria aqui em Viena
no dia que eu iria chegar e me perguntando como fazer para entregar as chaves
do meu apartamento. Respondi o e-mail dela dizendo que ela poderia deixar as
chaves com alguém e me passar os contatos da pessoa, que eu pegaria as chaves
com ela sem problema. Depois desse e-mail, não obtive mais resposta alguma
dela, apesar de ter enviado mais uns 3.
Dessa forma, quando cheguei em Viena eu não sabia ainda
como teria as chaves do meu apartamento. Na verdade, nem ela nem minha contact
person, nunca haviam me enviado um e-mail, sequer explicando como chegar ao meu
apartamento (pegue um trem até Wien Mitte, de lá pegue a linha U4 do metrô até
Ober St. Vett e de lá siga por tal rua até Hitzinger HaupstraBe, pegue a
direita, ande mais uns 50 metros e você estará em casa. Custava fazer isso? Por
certo sim, porque elas não fizeram.
Então, quando eu cheguei no aeroporto de Viena, sem saber
como chegar na minha casa, tendo apenas o endereço, comecei a fazer várias
ligações para minha host e minha contac person, mas nenhuma das duas me
atenderam (fiz as ligações do meu Skype pelo iPod, pois no aeroporto tinha
internet de graça). Liguei até pra NORE da Áustria pra pedir ajuda, mas o
contato que estava no Database era da antiga NORE e ela disse que nada poderia
fazer para me ajudar. Então, enviei um e-mail pra minha contac person dizendo
que já estava em Viena, mas que não sabia como pegar as chaves do meu
apartamento.
Decidi não ficar esperando pela resposta e tentar chegar
ao meu apartamento e lá perto procurar um café, ou algum outro lugar que
tivesse internet pra ficar tentando o contato com minha host ou minha contact
person, até resolver a situação. Então, segui para o posto de informações
turísticas do aeroporto de Viena, mas, pra minha surpresa, encontrei um aviso
na frente dizendo que não iriam abrir no dia 1º de janeiro. Então, como não
tinha como pegar mapas da cidade nem do metrô, decidi procurar meu apartamento
apenas perguntando às pessoas.
Em um dos e-mails que minha contact person havia me
enviado, ela explicava como sair do aeroporto para a estação Wien Mitte (no
centro de Viena). Então, fiz exatamente isso. Quando cheguei lá, tentei buscar
algum lugar que tivesse internet para tentar comunicação com uma das duas, mas
estava absolutamente tudo fechado... Como era dia 1º de janeiro todas as lojas,
cafés, bares, shoppings, supermercados... Absolutamente tudo estava fechado. De
longe, vi um Starbucks Coffee e decidi tentar acessar a internet deles. O café
estava fechado, mas tive sorte de apenas na frente conseguir o acesso á
internet dele. Porém, o máximo que consegui foi ler a resposta do e-mail que
havia enviado à minha contact person, quando eu tava no aeroporto, no qual ela
dizia apenas que havia falado com a minha host e que o marido dela me daria as
chaves do meu apartamento às 18h, na frente do apartamento... Além disso,
apenas o telefone do marido da minha host. Pra meu asar, e que asar, meu iPod
descarregou e, dessa forma, adeus internet!
Perguntando a um e a outro, consegui chegar ao meu
apartamento. Como era num bairro extremamente residencial, as pessoas não
sabiam dizer direito onde era especificamente o meu apartamento, apenas a rua.
Dessa forma, me fizeram descer 2 estações antes da que eu deveria... De forma
que depois tive que pegar um ônibus e ainda andar mais uns 20 minutos. Um
agravante de tudo isso, era que eu estava com meu mochilão e mais um mochila
pequena, onde os dois juntos somavam uns 16 kg, e estava fazendo 3º C em Viena
e ainda mais chuviscava! Obs.: Pra quem acha que saber apenas o nome da rua já
era grande coisa pra chegar ao apartamento, gostaria de dizer (para os que
conhecem Natal) que a rua era tão longa quanto a Jaguarari e que o número do
meu apartamento era o 142ª e me fizeram descer na Prudente, ali onde começa o
prolongamento. Ali onde fica o Green Viellage, era a casa número 1... O meu
apartamento (142ª) seria mais ou menos na altura do Hospital da Hapivida e meu
ônibus foi apenas até a Bernardo Vieira (tudo isso é uma analogia para que
vocês entendam melhor meu trajeto todo).
Bem, depois de tudo isso, cheguei ao meu apartamento. Era
por volta das 14h30 e eu teria que esperar até as 18h (supostamente), na rua, num
frio de 3º C e chuviscando. Não, não tinha guarita... Os prédios aqui não são
como aí em Natal. A porta de entrada deles já dá pra rua... Eu no máximo teria
que me abrigar num recuo de parede. “Ednor, seu burro, porque você não procurou
um supermercado pra ficar, um café, um shopping???”. Sim, eu procurei tudo
isso, rua a cima rua a baixo. Perguntando a um e a outro, mesmo todos me
desiludindo dizendo que estava tudo fechado. Mesmo assim eu não acreditava e
continuava a procurar um lugar pra me abrigar até as 18h. Alguém ainda poderia
dizer: “Jumento, porque você não foi ficar, pelo menos, na estação de metrô?
Vocês estão esquecidos do que eu contei que andei para vir da estação até o
apartamento? Vocês realmente acham que eu tinha condição de fazer esse trajeto
mais 2 vezes (ir e voltar) com 16 kg nas costas + 3º C + chuva + o cansaço de
10 dias de viagens??? Não, eu não tinha... Se isso é ser fraco, eu fui fraco,
pois não tinha forças pra isso!
Foi aí que achei um Hotel aqui perto. Entrei e supliquei
à recepcionista para ficar na recepção do Hotel apenas para me proteger do
frio... Foi aí que ela me respondeu que eu poderia ficar apenas se pagasse 95
euros!!! Acreditem: 95 euros pra ficar só na recepção!!! 190 euros se eu
quisesse me hospedar!!! Botei meu rabo entre as pernas e saí do hotel! Cortina
o nome dele! Quem for meu amigo, não se hospede nunca!
Então, fiquei na rua, na frente do apartamento, de baixo
de chuva e no frio de 3º C até a hora que não aguentei mais o frio. Foi aí que
saí andando e vi uma senhora (de uns quarenta e poucos anos) descendo do carro
pra entrar num banco. Eu não aguentei e implorei a ajuda dela! Olhei pra ela
com os olhos cheios de lágrimas e pedi que me ajudasse (em inglês claro, porque
este que vos escreve não sabia uma palavra em alemão – agora sei umas poucas).
Ela, supreendentemente, parou e me ouviu. Vendo minhas lágrimas e a forma como
falei, acreditou em mim. Abriu o carro dela, me botou dentro e ligou o
aquecedor para amenizar o frio que eu tava sentindo.
Depois disso, me explicou que tinha que ir na casa de uma
pessoa e perguntou se queria ir com ela pra não ficar no frio e me prometeu
trazer de volta às 18h. Não pensei nenhuma vez e fui com ela, mesmo inseguro! Não
desci na casa da pessoa... Esperei por ela no carro. Quando ela voltou, me
pediu o telefone do marido da minha host e eu dei pra ela. Ela ligou pra ele e
o infeliz disse que iria se atrasar e que só chegaria às 19h30, pois estava num
trem voltando de uma cidade vizinha. Então, ela me disse que iria ligar pro
marido dela pra explicar o que tava acontecendo, pois não tinha como me levar
pra casa dela sem explicar nada a ele antes. Ela ligou pra ele, falou com ele,
sem que eu entendesse uma palavra, e depois me levou pra casa dela. Chegando
lá, o filho dela me emprestou o computador dele, momento em que consegui falar
com meu irmão no Brasil e dar notícias a ele dizendo que eu estava bem. Além
disso, ela me trouxe água e comida e me deu de comer e de beber!!!
Quando deu 19h30, ela me chamou, me botou dentro do carro
dela e me trouxe de volta pro meu apartamento. Aqui na frente, ela ligou pro
marido da minha host, que saiu e me deu minhas chaves. Depois disso, eu me
despedi dela rapidamente. Falei do quanto ela havia sido importante pra mim e
que quando eu chegasse ao Brasil falaria sobre ela à minha mãe. Disse a ela que
ela havia salvado minha vida e que eu não tinha palavras para agradecê-la.
O mais absurdo de tudo, foi que não perguntei nome dela em
momento algum. Ela sabe meu nome, sabe que sou brasileiro, natalense, que vim
estudar Medicina aqui por um mês, mas eu não sei nada dela. Não lembro onde
fica a casa dela, não sei voltar lá... Não sei nome dela, do filho, do
marido!!!
Dias depois fiquei recordando tudo isso novamente...
Fiquei lembrando de quantas vezes levei algumas de minhas amigas (em especial
duas delas) para serem Maria em minhas palestras. Ninguém que assistiu às
palestra nunca soube o nome delas! Naquele momento, elas foram Maria (a mãe de
Jesus) na vida daquelas pessoas. Quantas vezes agradeci a Léo (que toca e canta
pra mim) pelo nome dele e nunca agradeci a nenhuma delas pelo nome delas
(sempre digo: obrigado à minha Maria de hoje). Pois bem, Deus também quis que
eu não soubesse o nome dessa mulher nem nada dela, para que ela fosse a Maria
na minha vida naquele dia aqui em Viena. Eu já pensei em tudo que poderia fazer
para acha-la novamente, mas não fui capaz de encontrar nenhuma forma! Então, todas
as noites, eu agradeço a Deus por ter me enviado Maria, naquele dia, para
interceder por mim e me salvar... Eu agradeço a Deus por Ele ser tão perfeito,
de forma que mesmo tão distante da minha mãe terrena, ela ter materializado uma
mãe pra mim aqui em Viena, através de Maria, que fez por mim exatamente o que
minha mãe faria: me aqueceria, me daria água e comida!!!
Eu nunca vou esquecer disso!!! Nunca!!! E enquanto eu
viver irei contar às pessoas mais esse milagres que Deus fez na minha vida
através de sua mãe, Maria!
“Obrigado mãe, por me amar e estar sempre comigo, mesmo
eu me esquecendo de ti tantas vezes, mesmo eu pecando tanto contra ti. Mesmo
assim, estás sempre comigo! Obrigado por ser minha mãe e minha fiel
intercessora!”
Coisa mais linda esse meu amigo. Não tenho dúvidas que Maria tem passado na frente na sua vida e tem estendido o Seu manto sagrado para lhe proteger. Meu amigo, nunca havia entrado no seu blog, e não por acaso, e você sabe disso, hoje eu vim aqui e li todo o texto. Que Deus lhe abençoe e que Maria, nossa Mãe e Senhora, continue a passar na frente na sua vida. Beijo
ResponderExcluirHá meu filho, são tantas graças que recebos pela intercessão de Maria que temos que agradecê-La todos os dias de nossa vida. Obrigada Mãe querida!
ResponderExcluir