segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Lisboa - Portugal

Após sair do Brasil, nossa primeira parada foi em Lisboa onde passamos 4 dias. Nosso voo até Lisboa foi super tranquilo (já peguei voos no Brasil bem mais agitados). Na verdade, dormi cerca de 5h das 7h de viagem!


Chegamos a Lisboa por volta das 12h do dia 21/12/2011. Fazia aproximadamente 12 ºC quando chegamos e essa era a menor temperatura que já havia pego na minha vida. Porém não era nada que fosse insuportável. Nossa ida do aeroporto pro hostel foi super tranquila e após nos acomodarmos e almoçarmos, fizemos nosso primeiro passeio à pé pelas ruas de Lisboa.

Com um guia na mão, seguimos pela Av. da Liberdade em direção aos bairros Baixa e Alto. Ambos bairros que representam Portugal super bem... Suas ruas são estreitas, cheias de construções antigas e muitas ladeiras e escadas, além de inúmeras lojas e restaurantes, nos quais os garçons ficam nas calçadas tentando capturar os passantes a todo custo. Acho que essa foi a única coisa que não gostei em Portugal, pois não conseguia caminhar em paz pelas ruas que os garçons me abordavam praticamente me obrigando a jantar em seus restaurantes. O bairro Baixo tem a Rua Augusta como sua principal, com lojas ao longo de toda a sua extensão. Após horas de caminhada e um jantar não muito bom em um dos restaurantes que conseguiu nos sequestrar, fomos para casa e encerramos nosso primeiro dia em Lisboa.

No dia seguinte, saímos do hostel bem cedo. Logo que pisei na calçada fiquei impressionado com o tempo, pois a cidade estava completamente coberta por um nevoeiro que eu nunca havia visto igual. O frio era ainda maior que no primeiro dia e os termômetros marcavam algo em torno de 9º C. Decidimos, então, pagar uma empresa que oferece fazer um city tour por praticamente todas as atrações turísticas de Lisboa com um guia que falava em Português. O passeio era feito através de ônibus que funcionavam em duas linhas de forma a cobrir praticamente toda a Lisboa. O ticket poderia ser usado por 2 dias e podíamos descer e subir novamente na parada que quiséssemos. Dessa forma, conhecemos o bairro do Alfama e as suas principais atrações turísticas como a Igreja da Sé e o Mirador de Santa Luzia, além de caminharmos livremente pelas suas ruas, entrando e saindo de suas pequenas lojas. Daí seguimos para o Oceanário, mas decidimos deixar para visitá-lo em outro horário, pois já estávamos bem cansados e ainda queríamos garantir o nosso ingresso do Circo du Solei. Assim, à noite fomos assistir ao espetáculo "Alegria".

O dia seguinte teve sua manhã dedicada a Fátima e farei um post exclusivo sobre essa manhã. À noite fomos jantar um Bacalhau, voltamos pro hostel e mais tarde saímos com Hirande, uma das duas brasileiras super especiais que conhecemos em Portugal e que nos acompanhou em vários de nossos passeios. Ficamos o restante da noite num bar irlandês à margem do rio Tejo, onde comemos comidas típicas portuguesas e tomamos um bom vinho. Depois voltamos para o hostel, pois no dia seguinte seguiríamos, logo cedo, para Barcelona.

Assim, terminamos nossa visita a Lisboa, uma cidade bela, agradável e de um povo bem mais hospitaleiros do que haviam me falavam. Fui muito bem tratado pela maioria dos Portugueses que se mostravam sempre solícitos!

A quem desejar visitar Lisboa, aconselho que fiquem lá algo em torno de 4 dias. Ao contrário do que muitos falam, lá há muito o que se ver e a cidade é super agradável. Vale à pena dedicar uns 4 dias para apreciar a capital Portuguesa.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Relatos de um acadêmico de Medicina

Desde que entrei na faculdade de Medicina em 2009, optei por não ser mero estudante do curso médico. Quria ser mais que isso... Quando a gente entra na faculdade a gente tem essa oportunidade de escolha: apenas estudar as matérias que nos são dadas ou fazer algo além disso. No meu caso, escolhi a segunda opção!
Ainda no meu primeiro ano de curso passei a fazer parte de um projeto de extensão chamado MediArte - Com Amor e Humor! A idéia é levar alegria às crianças internadas no Hospital de Pediatria (Hosped) da minha universidade. Usando perucas, rosto pintado, adereços engraçados, bom humor e o velho jaleco branco (esse não pode faltar porque a idéia tabém é lutar contra a "síndrome do jaleco branco"), vamos ao Hosped uma vez por semana, em sistema de rodízio entre vários grupos, cantar, dançar, brincar e conversar com a criançada e com seus pais.
Já estava nesse projeto há mais de um ano quando em uma de nossas ações conheci uma mãe que estava com sua filha internada desde que ela havia nascido. A criança tinha 4 meses de vida e jamais havia saído do hospital. As suas únicas casas haviam sido o útero de sua mãe (com certeza a melhor delas), a UTI neonatal e as enfermarias.
O motivo? Ao nascer a mãe tivera um descolamento de placenta e faltou oxigênio para a bebezinha e ela nasceu com sequelas que, dentre as outras coisas, a impedia de deglutir. Devido a isso, ela se alimentava atravez de uma sonda.
Ao entrar naquela enfermaria e me deparar com aquele casal de pais com a sua primeira filha nos braços, tive a felicidade de ouvir dela: "Ainda bem que vocês vieram aqui hoje. Nós estávamostão tristes"! Os pais da bebezinha desabafaram com a gente, contaram das dificuldades enfrentadas nesses 4 meses dentro de um hospital. Falaram da dor de ver sua filhinha naquela situação, mas nos surpreenderam dizendo: "Não guardamos mágoa alguma da médica que fez o parto da minha filha"! Entre conversas e brincadeiras, permanecemos naquela infermaria por uns 20 minutos, pois haviam outras enfermarias a serem visitadas.
Ao sair daquele lugar, eu era uma outra pessoa, um outro estudante de Medicina. A fé daquela mãe, sevira de alimento para a minha alma, fora a força que eu preciso para enfrentar de cabeça erguida os desafios enfrentados dentro da faculdade de Medicina, na luta diária pra ser um médico diferente,comprometido com o corpo e alma, comprometido com a vida!!!
Havia chegado naquele hospital por volta das 7h30 e estava saindo às 12h... Mas não estava cansado, pelo contrário, estava renovado e certo da profissão que eu havia escolhido pra minha vida! Sonhei me tornar um bom médico, um bom amigo dos meus pacientes, um médico capaz de segurar na mão do seu paciente quando for apenas isso que eu puder fazer por ele.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A arte de ser feliz

Hoje fiquei emocionado ao ler, logo que acordei, o post de um amigo de infância que está fazendo intercãmbio na Austrália. No post dele, ele falava de coisas simples: descrevia a paisagem do lugar que está vivendo, relatando a emoção que sentiu ao ver, cheirar, sentir e perceber cada detalhe que aquela natureza, até então desconhecida, o eferecia ao longo de uma caminhada iliminada pelo nascer do sol.
A emoção e a felicidade sentidas por ele não vinham das coisas que costumam nos proporcionar tais sensações. Fui lendo o texto dele e me emocionando com a maneira como ele agradecia a Deus por todas aquelas coisas simples que estavam à volta dele o encantava.
Fiquei pensando no meu dia-a-dia... Nas tantas vezes que saio pelas ruas da minha cidade, quase sempre com pressa! Puxei pela memória, mas não pude me recordar de uma só vez que me dei a oportunidade de se deixar comover pelas pelezas da natureza que estavam à minah volta. Fiquei surpreso ao ao lembrar derrepentemente do que me dissera uma amiga minha de São Paulo que está na minha cidade a passeio: "Sua cidade é linda! Maravilhosa"!
Tive vontade de não ser daqui, de ter vindo de longe, está aqui apenas a passeio, de passagem... Tive vontade não ter nada pra fazer amanhã e poder andar pelas ruas sem pressa, observando cada detalhe da natureza da minha cidade. Tive vontade de não ser eu, de ser aquele meu amigo, mas fazendo intercãmbio aqui em Natal, andando pelas ruas da cidade, vendo cada detalhe e chorando, agradecendo a Deus por todas as maravilhas à minha volta!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A Hora e a Vez do Argumento de Inclusão

Com o advento das cotas para estudantes de escolas públicas, negros, índios e até mulheres (pasmem!), a UFRN há alguns anos criou o "argumento de inclusão" - AI - como forma de "dar uma mãozinha" aos estudantes de escolas públicas no processo do vestibular. A idéia inicial era fornecer alguns pontos extras (que variava de curso para curso) no argumento final do aluno. Dessa forma, o aluno aprovado na primeira fase do vestibular para Medicina, por exemplo, recebia uma bonificação de 18 pontos de argumento no seu argumento final. Essa medida, era considerada como justa pela maioria dos educadores e até mesmo alunos que não eram contemplados com o benefício.
No entanto, a partir do vestibular 2010 a UFRN modificou a pontuação do argumento de inclusão, que passou a ser 10% do argumento final do aluno aprovado na primeira fase do vestibular, independente do curso. Dessa forma, um aluno que tinha um argumento final de 600, ganhava 60 pontos e ia para 660 (uma tremenda ajuda!).
No vestibular 2010, primeira vez em que o argumento de inclusão foi posto em prática, os 7 primeiros colocados do curso de Medicina (o mais concorrido da UFRN) foram contemplados com o AI. E mais, o 8º colocado (que deveria ter sido o primeiro) ainda que tivesse fechado todas as provas objetivas e discrusivas, não teria condições de ultrapassar o argumento do primeiro colocado, ou seja, jamais seria o primeiro lugar. Além disso, dos quase 30 alunos aprovados com a ajuda do AI, cerca de 90% eram oriundos do IFRN que, convenhamos, é uma escola pública de qualidade a cima de muitas escolas particulares do nosso estado. O absurdo chegou a tal ponto, que certos alunos aprovados em Medicina chegaram a declarar que faziam outros cursos e que quando viram como seria o cálculo do novo AI, trancaram seus cursos para fazer vestibular para Medicina.
Diante da observação desses fatos, o aluno beneficiado com o AI passou a ser, praticamente, comercializado por alguns dos principais cursinhos de Natal. Os donos dos mesmo, passaram oferecer bolsa de 100% a esses alunos em seus cursinhos ou cursos isolados, em troca de terem a propaganda da aprovação do primeiro, ou melhor, dos primeiros lugares do curso de Medicina. Dessa forma, os alunos beneficiados com o AI passaram a estudar em escolas particulares, financiados pelos alunos não beneficiados (Óvio! Porque se um aluno estuda de graça numa escola particular é porque os pagantes pagam por ele!).
O resultado de todo esse absurdo foi observado no resultado do último vestibular da UFRN (2011), no qual cerca de 60 alunos com AI foram aprovados para o curso de Medicina que hoje tem 100 vagas. Destes, mais uma vez, a maioria oriundos do IFRN que fizeram cursinhos em isolados da cidade com bolsa, obviamente! Para se ter uma idéia do que o AI significou nesse vestibular, o argumento mínimo para aprovação em Medicina no vestibular 2011 foi de 692,52 e o máximo 762,45 (diferença de 69,93). O argumento mínimo da primeira fase foi de 634,56. Se esse aluno mantivesse na segunda fase o mesmo argumento, com uma ajuda de 10% seu argumento subiria para 698,01. Ou seja, o último colocado seria aprovado!!!
A ex-presidenta da Comperve, que deixou o cargo pra não ter que descascar esse pepino, ainda divulgou que apenas cerca de 20 alunos passaram em Medicina com AI. Uma tremenda INVERDADE!!!
É obvio que isso já se tornou um absurdo. O AI que há alguns anos foi criado como forma de equiparar os alunos de rede pública e privada no processo seletivo para a UFRN, deixou mais do que claro que ele está gerando uma disparidade entre os mesmos, gerando benefícos aos alunos contemplados, que jamais podem ser conseguidos pelos alunos que não recebem o mesmo presentinho! Se for pra continuar dessa forma, é melhor que sejam logo criadas as cotas e as vagas sejam logos separadas. Assim, pelo menos, cada aluno saberá a quantas vagas estará concorrendo e o comércio lastimável de contemplados pelo AI acabará, ou pelo menos, não causará mais tanta revolta!!!